quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Garrincha e Elza Soares - um casal "nada torto"

Mané Garrincha e Elza Soares (Foto: EPA)
Ele, um mestre dos gramados, com suas pernas em forma de arco. Ela, um vozeirão que sacudiu a música popular brasileira. Juntos, formaram um dos casais mais polêmicos para a época, entre 1968 a 1982.

Manuel Francisco dos Santos pode se encaixar facilmente na lista dos maiores jogadores de futebol do país. Nascido na cidade de Magé, Rio de Janeiro, é um exemplo de "brasileiro que não desistiu nunca". Mesmo com uma deformação na perna esquerda, 6 centímetros maior que a outra, fazia uma mistura de futebol com malabarismo circense. Apelidado de Garrincha, se transformou no maior ídolo da história do Botafogo, entre 1953 e 1965, e da Seleção Brasileira, entre 1955 e 1966. 


Elza da Conceição Soares teve um difícil começo. Carioca, casou-se aos 12 anos, tendo seu primeiro filho no ano seguinte, morto ainda recém-nascido. Assim como muitos cantores de sua época, iniciou sua carreira em um show de calouros, no programa de Ary Barroso na Rádio Tupi. Passou por muitas dificuldades, entregando um de seus cinco filhos para a adoção e ficando viúva aos 18. 

Aos 25 anos, conheceu Mané Garrincha, que era casado. Ele, cansando de seu antigo relacionamento, preferiu assumir o romance com Elza, causando revolta para a época. Juntos por 16 anos, tiveram um filho que foi carinhosamente apelidado de Garrinchinha. 

Porém, Elza teve muitas perdas em pouco espaço de tempo. Com a morte de Garrincha em 1983, vítima de uma cirrose hepática, e a de seu filho em 1986, com nove anos de idade em um acidente de carro, ficou afastada do Brasil por 9 anos, fazendo shows no exterior. 

Recentemente, em 2007, nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, cantou o Hino Nacional em pleno Maracanã lotado. Apesar de tantas tragédias, Elza Soares é internacionalmente conhecida pela sua alegria e sua voz inconfundível, servindo como exemplo de superação.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A paixão grená traduzida nas palavras de Dirceu Soares


Quem nunca sonhou em escrever o hino do time do coração? Pois é, isso é um privilégio de poucos, como é o caso de Dirceu Soares, um fervoroso torcedor grená.
O compositor do Hino Oficial da Ser Caxias, revelou que tudo começou  em uma tarde de domingo, no ano de 1976.  Ausente desde a fusão com o Esporte Clube Juventude, Dirceu retornou ao Estádio Centenário e se emocionou ao ver, novamente, as cores do seu amado Flamengo em campo:’’ Meu coração disparou como se fosse dar as últimas batidas de sua vida. Procurei conter as lágrimas e as palavras surgiram como se tivessem asas e voassem sobre o majestoso Centenário’’, conta.
Dirceu revelou também que a letra foi escrita em poucos minutos, dentro do próprio estádio grená. Quando chegou em casa, fez apenas alguns ajustes para, depois,  entregar o manuscrito na sede do clube caxiense.
Um ano depois conheceu o maestro Edwino Stedille Angeli, proprietário do Itamone Show, que gravou a música em fita cassete e em dois toques a obra foi parar na boca do povo.  
Em 1977, o Caxias realizou um concurso que tinha como objetivo escolher a letra que viria a ser considerada como o hino oficial do clube grená, azul e branco. Esse concurso marcaria para sempre a vida de Dirceu Sores, compositor da melhor canção: ’’Foi uma emoção imensurável. Imagina, eu, então com 19 anos, de origem simples, ainda abalado com a perda de meu pai, tendo a singularidade e alegria de poder compor o hino do meu clube! Foi sensacional ’’
A gravação do hino foi realizada no final de 1977, na ISAEC, Porto Alegre e a prensagem dos discos, no Rio de Janeiro. O lançamento do hino foi no dia 10 de março de 1978, com grande presença de público, no salão nobre do Estádio Centenário, em Caxias do Sul-RS.
As  três cores do clube, somado ao apelo popular do Caxias, foram as maiores fontes de inspiração de Dirceu para a criação da letra.  Soares não cobrou sequer um centavo pela música, ele considera o Caxias uma extensão de sua família, o bálsamo da vida dele: ’’O coloco em grau de importância, atrás apenas de minhas filhas’’, revela Dirceu.
       

 Biografia:

Dirceu Soares é casado, pai de duas filhas e natural de Caxias do Sul. Trabalha, atualmente, como assessor de imprensa no IPAM (Instituto de Previdência e Assistência Municipal).  Possui mais de 600 composições, todas escritas com o coração, não pensando em ganhar dinheiro, fama ou algo do gênero.  


Saiba mais:

Clique aqui e conheça mais sobre a história da Ser Caxias.
Clique aqui para conhecer o Hino da Ser Caxias.

domingo, 21 de outubro de 2012

Conheça Fio Maravilha

Certamente você já ouviu Fio Maravilha, composta e cantada por Jorge Ben Jor - na época, Jorge Ben. Mas, você já se perguntou quem era esse "Ponta de Lança Africano"?

João Batista de Sales foi um grande jogador de futebol na década de 70. Nascido em Conselheiro Pena (MG) no dia 19 de janeiro de 1945, atuou em diversos clubes, como o Avaí, Payssandu e muitos outros clubes, nacionais e internacionais. Mas obteve maior reconhecimento no Flamengo, entre os anos de 1971 e 1973. 

Com uma aparência muito engraçada, com os dentes que mal cabiam dentro da boca, Fio conquistou a torcida rubro negra. E conquistou também o coração do torcedor Jorge Ben. Diz que, durante um amistoso contra o Benfica no Maracanã, Fio fez o gol da vitória sobre o time português, de onde veio a inspiração para a canção.

Por questões autorais, Jorge Ben teve de mudar a música para "Filho Maravilha". Porém, em 2007, durante uma entrevista à Rede Globo, esclareceu o mal entendido. Quem deu abertura a essa briga foi o próprio advogado de Fio, sem o consenso do jogador. Atualmente, reside em São Francisco, Califórnia, onde sempre trabalhou como entregador de pizza.

As imagens do gol se perderam com o tempo. Mas o que restou daquele "gol de placa" está na letra e na música de Jorge Ben.

Abaixo, você ouve a versão original de 1972, do álbum Ben:

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Attaque 77 é uma das bandas mais importantes da Argentina. Os Loucos da Papada, torcida Barrabrava do time do Juventude, da cidade de Caxias do Sul, fizeram uma versão para essa música.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A trilha sonora da Seleção Canarinho

O Brasil é o único país 5 vezes campeão pela Copa do Mundo. Por enquanto. Mas, além do futebol, o brasileiro sempre teve, em suas veias, o sangue de um povo musicalmente alegre.

Como prova disso, fomos atrás de músicas que tocaram o coração do torcedor brasileiro desde o primeiro campeonato, em 1958 na Suécia, até a última conquista na copa da Ásia, em 2002.

Leia, e ouça.

  • Suécia, 1958 - 'A Taça do Mundo é Nossa': composta por Wagner Maugeri, Lauro Müller, Victor Dagô e Maugeri Sobrinho (esse último, inclusive, é ainda o autor do Hino do Santos  e, em 1960, assinou o "jingle da vassourinha" para a campanha de Jânio Quadros).
  • Chile, 1962 - 'Frevo do Bi': composto por Silvério Pessoa, na voz do imortal Jackson do Pandeiro.
  • México, 1970 - 'Pra Frente Brasil': obra do carioca Miguel Gustavo, tornou-se o maior hino brasileiro de todas as Copas.
  • Estados Unidos, 1994 - 'Coração Verde e Amarelo': famosa música utilizada pela Rede Globo até hoje como vinheta do futebol na emissora, foi composta por Tavito e Aldir Blanc, da Aerobanda.
  • Coréia do Sul e Japão, 2002 - 'Festa': foi um dos hinos (junto com "Deixa a Vida Me Levar", de Zeca Pagodinho) do pentacampeonato da Seleção, conquistado sobre a seleção da Alemanha por 2 a 0.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Futebol e música - um casamento perfeito



O primeiro golaço do Riff n' Gol foi unir futebol e música. O segundo será mostrar, para os nossos leitores, que existe sim um casamento perfeito: o futebol com a música.

Quando entram em campo nos estádios brasileiros, o bumbo e o pandeiro são considerados verdadeiros craques. O grito nos estádios, a vibração da torcida vão ao encontro de cantos que servem  para embalar o time do coração.

Trata-se de um casamento perfeito, uma magia que contagia a todos. Nesta união não existem divórcios, brigas e desentendimentos, ambos estão sempre juntos, unidos por um objetivo: gerar alegria nas pessoas.

O cidadão brasileiro é naturalmente musical, e o estilo do jogador brasileiro já foi comparado ao samba, o mesmo samba que traduz o ritmo das arquibancadas de diversos clubes pelo Brasil. Por isso, é muito comum a música vir ao encontro do futebol. 

A partir de hoje o blog disponibilizará áudios com matérias especiais, fazendo referências as principais músicas que englobam as duas paixões nacionais.


Ouça, abaixo, uma matéria especial sobre a clássica "Camisa 10", de Luiz Americo:
Camisa 10 - homenagem by Riff n' Gol

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Loucos da Papada - a trilha sonora jaconera


Saudações amantes da música e do gramado surrado e batido. Nesse nobre e importante espaço, compartilharemos a nossa paixão pela música e é claro o futebol. Como diz o trecho da canção da banda de hard rock brasileira Dr. Sin, “futebol, mulher e rock and roll, aí meu Deus como isso é bom”. Realmente é muito bom, o que pode ser mais prazeroso que essas três coisas? Desde crianças somos influenciados a torcer para determinada equipe, conhecemos e criamos nosso estilo musical. E para esse primeiro e histórico post, destacamos a paixão e idolatria de uma torcida fervoroza, que acompanha e faz sua trilha sonora no estádio. Eu estou falando dos Loucos da Papada, torcida barrabrava do Juventude, clube de Caxias do Sul. E para saber um pouco mais sobre o estilo desses malucos,conversamos com o mentor e membro fundados, Mateus Cassina, o louco da papada. Ele nos diz que foi em março de 2008 que o bando saiu do porão e oficializou a existência.
“Em 2008 saímos das profundezas e começamos nossa jornada. O ritmo da nossa torcida é um misto bizarro de cúmbia e rock and roll, passando até mesmo pelo reggaeton, dentre outras coisas que descobrimos e levamos para a arquibancada” diz Cassina. Dentre as inúmeras músicas que a torcida pegou para fazer suas versões, está entre elas um cover da banda argentina Attaque 77, que se chama No me arrepiento de este amor (confira versões original e adaptada abaixo), letra que foi modificada por Cassina. “Eu fiz a letra de nossa versão de Não me arrependo desse amor no final de 2008. Somente a partir de 2011 que ela começou a ser cantada pelo bando”, afirma. Apesar do grupo ter pego uma versão de uma banda de rock popular argentina, segundo Cassina, não há um estilo musical batizado pelo bando jaconero. “Essa relação do futebol com a música é muito interessante, justamente porque cada pessoa vai ter uma trilha sonora para o seu time, para o futebol em geral e para a vida toda”, diz. Abaixo seguem alguns nomes famosos que já tiveram suas versões batizadas pelos Loucos da Papada.
Andrés Calamaro – La Parte de Adelante
Andrés Calamaro – Mi Enfermedad
Van Hallen – I Can’t Stop Loving You (100% original dos Loucos da Papada)
Parchis – La Plaga
Los Autênticos Decadentes – Veni Raquel
Callejeros – Impossible